terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Velocidade na divulgação de resultados


É bem verdade que o Brasil passou por um processo de transformação educacional acelerado nos últimos anos. A universalização do ensino fundamental, a implantação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a constatação de experiências bem sucedidas no ensino médio em tempo integral dentre outros, reforçam práticas e pavimentam o caminho para uma educação pública de qualidade.
A estrada a ser trilhada para o alcance do nosso objetivo (aqui me refiro à gestão pública, organizações não governamentais e sociedade civil) é “sinuosa” e longa, exigindo dos participantes desta empreitada determinação e perspicácia.
A educação que todo cidadão brasileiro tem direito consiste de uma somatória de ciclos – ensino infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior – esperando-se a adequada aferição e domínio dos conhecimentos requeridos a cada etapa estudantil.
Hoje o Brasil conta com o IDEB, indicador que unificou e padronizou a aferição da qualidade na educação básica, permitindo à gestão pública diagnosticar insuficiências no processo ensino-aprendizagem (vale esclarecer ao leitor que “conhecimentos adquiridos” pelos estudantes equivalem ao que no “jargão” pedagógico chamamos de “habilidades e competências dominadas” pelo alunado) das redes de ensino estaduais e municipais. Inegavelmente logramos um grande passo nesse sentido, na medida em que, através da aplicação bienal da “Prova Brasil” (componente do IDEB), mapeiam-se as habilidades dominadas (e as não dominadas) pelos estudantes das escolas públicas.
Porém, a velocidade na divulgação dos resultados da Prova Brasil (aplicadas sempre no mês de novembro de cada biênio) ainda carece da celeridade devida. Os resultados das duas últimas edições da “Prova Brasil” foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) 8 meses após a aplicação das provas de língua portuguesa e matemática.
A partir do momento em que se realiza uma prova em novembro e o resultado desta é conhecido 8 meses depois (portanto em julho do ano subsequente), é de se esperar que as habilidades dominadas pelos estudantes em julho não mais sejam as mesmas em relação às aferidas em novembro do ano anterior. Esse “vácuo” de tempo entre aplicação e divulgação dos resultados (considerando a amplitude e importância da Prova Brasil) necessita ser reduzido, propiciando às redes de ensino melhores condições de planejarem o projeto pedagógico das escolas.
Dentre os inúmeros desafios da educação brasileira para o decênio que se inicia (conforme as 20 metas contidas no PNE - Plano Nacional de Educação – em tramitação no Congresso Nacional), a rapidez na devolução para a sociedade dos resultados obtidos na Prova Brasil constituir-se-á em uma poderosa ferramenta na busca por uma educação de qualidade.

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